terça-feira, 27 de março de 2012

Quem é o jovem actor Thomas Horn?


Se já viram Extremamente Alto, Incrivelmente Perto e não conseguem lembrar-se de onde conhecem a cara do actor principal, Thomas Horn, a resposta será provavelmente: de lado nenhum.

Thomas era um perfeito desconhecido do público até ter participado num concurso televisivo infantil, "Jeopardy". Thomas, de 14 anos, ganhou $38 100 dólares neste programa (!), depois de ter acertado na pergunta "O que são os census?".

O seu à vontade e espontaneidade em frente às câmaras convenceram o realizador Stephen Daldry a ligar aos seus pais e convidá-lo a entrar em Hollywood pelo tapete vermelho. A aposta foi ganha.


Extremamente Alto, Incrivelmente Perto (PT) / Extremely Loud, Incredibly Close (US) (2011)


Entrei na sala de cinema convencida que me esperavam duas horas de feel good movie.Um daqueles filmes Disney, em que a criança orfã consegue encontrar uma razão para sorrir no final.

Não podia estar mais enganada.

Extremamente alto, incrivelmente perto o nomeado-surpresa aos Oscares deste ano é tudo menos um filme da Disney. O filme relata a história de Oskar Schell, uma criança que sofre de algum tipo de distúrbio psicológico (os testes de diagnóstico de Síndrome de Asperger, uma espécie de variante de autismo, foram inconclusivos) que se caracteriza por uma dificuldade enorme de socialização. O seu único elo de ligação ao exterior é o pai, Thomas Schell (Tom Hanks), a única pessoa que tem acesso a mundo de Oskar. Thomas cria vários enigmas para Oscar desvendar, que implicam normalmente que ele interaja com muitas pessoas.

Na manhã de 11 de Setembro de 2001, Thomas encontra-se no topo de uma das torres gémea quando se tá o embate. Encurralado e sem hipótese de fuga, é uma das muitas pessoas que perde a vida naquele dia, the worst day.

Um ano depois. Oskar encontra uma chave no armário do pai. Oskar decide começar a procurar a fechadura daquela chave, naquele que é o último enigma deixado pelo pai.

Com uma fabulosa interpretação do desconhecido Thomas Horn e da tantas vezes injustiçada Sandra Bullock (uma actriz que nem sempre sabe escolher papéis), não é possível ficar indiferente a Extremely Loud, Incredibly Close. Antes de mais, e apesar de já se terem passado 10 anos, será sempre difícil para alguém que, como nós, assistiu em directo ao ataque às Torres Gémeas, ficar indiferente a uma visão tão realista e crua da tragédia. As semelhanças de muitos dos momentos deste filme com aquilo que vimos e ouvimos nas semanas seguintes em todos os telejornais do mundo proporcionam uma experiência no mínimo perturbadora.

O filme é, na realidade, extremamente e incrivelmente perturbador. Mas de uma boa maneira.





terça-feira, 13 de março de 2012

The Hour (2011 - )


Continuando com a viagem pelas séries da actualidade, decidi partilhar uma que poderá ter passado despercebida até agora. A primeira temporada, que passou no Reino Unido em 2011, contou apenas com 6 episódios (pelo que foi nomeada ao Globo de Ouro na Categoria de Melhor Miniserie. Perdeu, mas foi para Downton Abbey).

The Hour mostra-nos os bastidores de um programa de notícias da BBC com o mesmo nome, uma espécie de "60 minutos", na Inglaterra do Pós-Segunda Guerra. Num País que procura esquecer os acontecimentos da década anterior, a série acompanha de perto 3 repórteres que procuram a verdade no difícil cenário da guerra fria.

  • Bel Rowly (Romola Garai), a produtora do programa, que desafia a lógica por ser...mulher (não se esqueçam que estamos em 1956);
  • Hector Madden (Dominic West), o apresentador que dá a cara, todas as semanas, e que conseguiu o cargo graças, não só à sua aparência, mas também ao casamento com a filha de um industrial rico;
  • Freddie Lyon (Ben Whishaw), o motivo principal pelo qual esta série vale a pena.
Freddie, nascido numa família de classe média-baixa, sobe exclusivamente à custa da sua inteligência e trabalho árduo. Por esse mesmo motivo, despreza quem, como Hector, nasceu num berço de ouro. Conhecido pelo seu fabuloso sarcasmo, é-lhe difícil manter qualquer tipo de relação, e Bel parece ser a única pessoa que consegue entender a sua mente genial. 

Como a fotografia fazia prever, há um óbvio triângulo amoroso em The Hour. Mas também há espiões. Crimes diversos. Diálogos deliciosos. Excelentes actores. 

Uma panóplia de motivos para não deixar escapar esta série, que regressará em Junho de 2012. 


domingo, 11 de março de 2012

Margin Call (US) / O Dia Antes do Fim (PT) (2011)

Não posso deixar de começar este Review sem um pequeno comentário. O Dia Antes do Fim? Seriously? Esta é provavelmente uma das piores traduções que já foi feita de um título de um filme, que faz lembrar uma prequela d'O Dia Depois de Amanhã (2004). Suponho que os tradutores não percebam muito de mercados financeiros, o que não serve, de modo algum, de desculpa. 

Dito isto...

Margin Call mostra-nos os bastidores daqueles que ficaram conhecidos, justa ou injustamente, como os verdadeiros culpados da actual crise económica: a banca de investimento em Wall Street. Apesar do banco retratado ser fictício, parece claro aqui um piscar de olho ao Lehman Brothers. Passo a explicar.

O filme retrata, por assim dizer, as horas que antecederam o início do colapso das Bolsas Mundiais. Zachary Quinto, mais conhecido pelo seu papel de Sylar em Heroes, é Peter Sullivan, um analista júnior que num belo serão descobre que o Banco onde trabalha ultrapassou os limites dos níveis de volatilidade, e uma simples desvalorização de 25% nos seus activos (coisa que é normal no dia a dia) fará a empresa sofrer uma perda superior ao seu valor de capitalização bolsista.

Para todos aqueles que não fazem ideia daquilo que escrevi: a empresa está por um fio, tem activos (pensem em produtos financeiros com nomes complicados) que não valem um charuto, e por enquanto ainda ninguém sabe isso. O que são estes activos? Uma mistura de activos saudáveis com hipotecas que nunca serão pagas. Ora, o limite para estas hipotecas "más" foi atingido. Assim que o Mundo souber, estes produtos financeiros complexos, que no fundo são bolinhas de sabão, deixam de ter qualquer valor no mercado. A banca de investimento americana colapsa. E com ela...o resto.  

Peter é o primeiro a descobri-lo, e rapidamente informa os seus superiores hierárquicos, que nalgumas horas terão de decidir o que fazem com esta informação tão preciosa. Serem corruptos, serem mais inteligentes ou...serem os primeiros.

Margin Call conta com um elenco poderosíssimo que dispensa apresentações, incluindo Kevin Spacey, Demi Moore, Paul Bettany e Jeremy Irons (que está absolutamente fabuloso no papel de John Tuld), mas também com nomes que a televisão tem vindo a tornar famosos. Para além de Zachary Quinto, Penn Badgley (Gossip Girl) e Simon Baker (O Mentalista).

Sem dúvida, um dos melhores filmes de Wall Street que já tive o prazer de ver.




quinta-feira, 8 de março de 2012

Fun fact: O que têm em comum Walking Dead...e Love Actually?


O que têm em comum Walking Dead...e Love Actually?
 
A resposta é este senhor, Andrew Licoln, o Xerife Rick Grimes de Walking Dead.

O protagonista da melhor série de zombies do momento já era nosso conhecido do passado. No meu caso, eu não conseguia lembrar-me exactamente de onde.



Até que ontem...

Oh my God! Right?

O actor inglês de uma das cenas mais famosas (e deliciosas) de Love Actually, é agora o Xerife de sotaque Texano que nos visita semanalmente.

Esta comparação serve, acima de tudo, para provar que estamos perante um excelente actor, que revela uma grande versatilidade. 

Keep an eye.



terça-feira, 6 de março de 2012

Downton Abbey (2010 - )


Uma das grandes revelações da televisão britânica dos últimos tempos, Downton Abbey, parece ter vindo para ficar.

A série inicia-se em Abril de 1912, no dia seguinte ao naufrágio do Titanic. A família Crawley, uma nobre família inglesa detentora de Downton Abbey, recebe a notícia de que o herdeiro do título e fortuna desapareceu no navio afundado. Resta à família encontrar o próximo herdeiro legítimo, que inconvenientemente, se trata de um advogado da classe média que não pretende tornar-se em mais um diletante.

Mas não só da aristocracia inglesa vive esta série. Dowton Abbey acompanha a vida daqueles que habitam os andares de baixo da casa: os criados, que dedicam a sua vida à família Crawley. Uma das grandes curiosidades desta série, aliás, é a percepção de que apesar dos habitantes dos andares de baixo conhecerem os mais ínfimos detalhes dos mais afortunados, e dedicarem grande parte das suas conversas a este tema, pouco ou nada os aristocratas sabem dos seus criados.

Downton Abbey atravessa o conturbado período do início do século XX. A primeira temporada termina com o anúncio da Primeira Grande Guerra (espero que isto não constitua um grande spoiler para ninguém), que é fielmente retratada durante a segunda temporada. E que grande temporada é esta!Para além de assistirmos a um cheirinho das trincheiras (suponho que mais do que um cheirinho ultrapassaria o budget), a série centra-se sobretudo no impacto da Guerra para todas as personagens, quer estivessem directamente envolvidas no conflito, ou apenas à espera de notícias.

Com um elenco escolhido a dedo (Maggie Smith, Hugh Bonneville e Jim Carter), Downton Abbey arrecadou o último Golden Globe Award para melhor Minisérie (a primeira temporada tem 7 episódios e a segunda 9), e é um verdadeiro must-see.

Para aqueles que não viram na Fox Life, podem agora acompanhar pela SIC, a partir do próximo Sábado.



domingo, 4 de março de 2012

Cavalo de Guerra (PT) / War Horse (US) (2011)


É difícil, para mim, gostar de um filme cuja personagem principal é...um animal. Este tipo de filmes, que inclui êxitos épicos como O Cão que Joga Basket, O Cão que fala e se torna amigo do Gato, entre tantas outras pérolas, fazem as delícias dos alunos universitários quando têm de estudar. Vêem-se bem ainda numa tarde fria e chuvosa em que custa demasiado ir procurar o comando da TV.

Teria deixado War Horse de lado, não fosse a existência de dois factores encorajadores:
1. Spielberg
2. Uma recomendação, cujo autor permanecerá anónimo.

War Horse preenche (quase) todos os requisitos para se tornar um bom filme. É uma super produção, que acompanha a vida de alguns soldados durante a Primeira Grande Guerra (fabulosa, a reconstituição das trincheiras). Conta com alguns actores reconhecidos (Emily Watson e David Thewlis, nomeadamente), e uma interpretação convincente do até agora desconhecido Jeremy Irvine. Algumas pequenas histórias dentro do filme são deliciosas (o encontro dos dois soldados inimigos no meio de No Man's Land é genial).

Mas... é um filme sobre um cavalo.

Semelhante a vários filmes da Disney que estreiam na altura do Natal, o filme acompanha a vida...do cavalo.   Depois de um início que funciona bem, a história perde-se no meio de uma Europa em guerra, onde somos apresentados a personagens que apenas servem para gastar mais alguns minutos do filme, não trazendo qualquer contributo útil à história(nem sequer um momento divertido ou comovente).

E que dizer da história de amizade entre o nosso cavalo-actor-principal...e outro cavalo? Seriously?

Why, Spielberg, why?